Estima-se que a hipertrofia de adenoide atinja mais de 70% das crianças no Brasil. É o sono irregular, perturbado, ronco e até episódios de apneia que têm feito com que os pais procurem socorro nas clínicas de otorrinolaringologia.
E não é para menos, pois a adenoide, apesar de ser parte do organismo humano, pode virar um grande transtorno ao paciente e causar graves problemas de saúde. Parte da população adulta também sofre com esse problema.
É por isso que vamos falar mais sobre isso neste conteúdo. Vamos esclarecer todos os detalhes a respeito da adenoide. O que é, quais os sintomas, como tratar e, principalmente, quando a intervenção cirúrgica é necessária. Siga a leitura.
As adenoides são duas pequenas glândulas compostas por tecido linfoide, semelhantes às amígdalas e aos linfonodos. Nascemos com duas adenoides que ficam localizadas no ponto mais posterior da garganta, especificamente na região da nasofaringe, local onde se encontram o fim da cavidade nasal e o início da faringe. Ao contrário das amígdalas, não é possível ver as adenoides ao abrirmos a boca, pois elas ficam acima do palato (céu da boca).
As adenoides crescem durante a infância e começam a regredir ao redor dos sete anos de idade. Quando crescem muito, podem causar obstrução da passagem do ar respirado pelo nariz.
Assim como as amígdalas e outros linfonodos, as adenoides têm como função a produção de linfócitos e anticorpos, que ajudam o organismo a se defender de micro-organismos que invadem as cavidades nasal e oral. Porém, não são essenciais e a sua retirada cirúrgica não causa problemas ao sistema imunológico do paciente.
Hipertrofia da adenoide (carne esponjosa)
Toda criança tem adenoide. Adenoide não é o nome de uma doença, mas sim uma glândula que todo ser humano nasce com ela, conforme explicamos anteriormente.
Os problemas com as adenoides surgem quando estas crescem demais e passam a obstruir a passagem de ar pela cavidade nasal. São conhecidas popularmente como “carne esponjosa”. O termo médico correto é hipertrofia das adenoides.
As adenoides se tornam hipertrofiadas geralmente em crianças com repetidas infecções de garganta. É comum a inflamação da glândula, chamada adenoidite, vir acompanhada de amigdalite e faringite.
Crianças com hipertrofia das adenoides e/ou adenoidite de repetição costumam apresentar, além dos sintomas de dificuldade respiratória que serão explicados mais adiante, quadros de otite média de repetição, sinusite crônica e rinite persistente. A adenoide hipertrofiada é detectada em exame de raio x.
Depois de alguns episódios de amigdalite/adenoidite, a própria adenoide pode passar a abrigar algumas bactérias, servindo como fonte de futuras infecções respiratórias.
Sintomas
As adenoides hipertrofiadas obstruem a passagem de ar pela cavidade nasal, provocando alterações como:
- Respiração ruidosa;
- Respiração permanentemente pela boca;
- Apneia do sono;
- Roncos noturnos;
- Voz anasalada;
- Coriza persistente.
As dificuldades respiratórias são mais comuns à noite, pois quando dormimos nossa musculatura relaxa, aumentando, assim, a obstrução das vias aéreas pela adenoide hipertrofiada.
Crianças com adenoides grandes podem ter pesadelos frequentes, sono irregular, turbulento e episódios curtos de parada respiratória, chamado de apneia noturna. A criança dorme mal e, por consequência, fica irritada, cansada e sonolenta.
O aumento de tamanho das adenoides também pode causar obstrução da tuba de Eustáquio (tuba auditiva), que é um canal que liga a cavidade nasal ao ouvido médio e ajuda a manter a pressão do ar igual dos dois lados do tímpano. Essa obstrução pode provocar audição abafada, dor de ouvido, sensação de estalidos no ouvido ou infecções recorrentes no ouvido médio (otite média).
A hipertrofia das adenoides faz com que as crianças respirem persistentemente pela boca, o que leva a alterações na anatomia da face e dos dentes, provocando uma aparência chamada fácies adenoideana.
Crianças com fácies adenoideana caracteristicamente possuem um rosto alongado, dentes incisivos proeminentes, dentes agrupados, maxila pouco desenvolvida, lábio superior curto, narinas elevadas e um palato arqueado.
Tratamento – Adenoide
As adenoides hipertrofiadas só começam a regredir a partir dos sete anos de idade. Como muitas crianças apresentam complicações desde os dois ou três anos, isso muitas vezes pode significar pelo menos quatro anos de infecções de repetição, dificuldade respiratória, sono ineficaz e alterações na anatomia da face.
A cirurgia, chamada adenoidectomia, é o único tratamento para adenoides grandes. Em casos mais leves, médicos tratam com antibióticos e corticoides durante as crises (amigdalites/adenoidites), sem necessidade de cirurgia.
Durante a cirurgia de retirada das adenoides, os médicos frequentemente removem também as amígdalas, se necessário.
Conclusão
A adenoidectomia é uma cirurgia relativamente simples e curta, feita sob anestesia geral. Habitualmente o paciente fica internado apenas por um dia. Porém, o diagnóstico correto, a confirmação da necessidade cirúrgica e um procedimento seguro, somente o otorrinolaringologista, médico especialista nesta área clínica poderá fazer.
Acompanhe nosso blog e aproveita para visitar nossa página no Instagram!