ser percebidos antes dos três anos de idade. O Transtorno do Espectro Autista (TEA), afeta a comunicação, bem como a interação social e as habilidades cognitivas. E a fonoaudiologia no autismo é uma das áreas que atua no desenvolvimento comunicativo da criança no espectro, contribuindo para reduzir os impactos do TEA no dia a dia.
Essa especialidade trabalha diretamente na audição e fala, além de ampliar as habilidades comunicativas, facilitando a interação social com qualidade. Principalmente quando pensamos na comunicação verbal e suporte alternativo para conseguir comunicar suas vontades e desejos.
Neste artigo, vamos falar sobre a fonoaudiologia no autismo e como ela potencializa o desenvolvimento de pessoas no espectro e a interação nos diversos núcleos sociais que estão presentes, como família, escola e trabalho. Acompanhe na leitura!
Missão do fonoaudiólogo no autismo
O fonoaudiólogo é o profissional da área de saúde que trabalha com os diferentes aspectos da comunicação humana. Terapeutas especializados tratam dificuldades da linguagem, como distúrbios da fala.
Eles trabalham áreas de linguagem oral e escrita, fala, voz e audição para ajudar a pessoa a se comunicar de maneira mais funcional. Podendo se estender para outras funções, auxiliando na qualidade de vida quando se trata de problemáticas envolvendo a deglutição (ato de engolir), respiração e mastigação.
O profissional é responsável pela promoção da saúde, prevenção, avaliação e diagnóstico, orientação, terapia (habilitação e reabilitação), e pode também se dedicar no campo de ensino, pesquisa e áreas administrativas.
No caso das pessoas autistas, geralmente elas têm dificuldades com a fala e com a comunicação não verbal. Por isso, a fonoterapia é fundamental no tratamento do autismo. Uma pessoa com TEA pode não falar, emitir somente vocalizações, gritos, ou sons guturais, falar com entonação musical, balbuciar sons, usar palavras incomuns ou apresentar uma fala ecolálica.
O autista também pode apresentar ecolalia — repetição de frases e palavras que ouviu —, além de usar um tom de voz inexpressivo.
Cerca de uma em cada três pessoas com TEA tem dificuldade de produzir os sons da fala para se comunicar de maneira eficaz. Quando a linguagem é presente, pode ser de difícil compreensão.
Atraso da fala – Autismo e fonoaudiologia
O atraso na fala pode ser um dos sinais mais comuns de autismo. Os desafios relacionados à comunicação e à fala variam de pessoa para pessoa com o TEA. Alguns indivíduos no espectro do autismo não conseguem se comunicar por meio da fala. Outros gostam de conversar, mas têm dificuldades em manter uma conversa ou entender linguagem corporal e expressões faciais quando interagem com outras pessoas.
É aí que entra a ação do fonoaudiólogo. Dentre várias possibilidades, o profissional pode trabalhar a linguagem corporal do autista e ensinar a criança a reconhecer alguns sinais corporais que podem ser bastante sutis, ajudar o autista a desenvolver as habilidades de conversação, saber quando perguntar ou, por exemplo, quando cumprimentar com um bom dia e ampliar o repertório de fala, tanto em relação às pronúncias dos sons quanto ao conteúdo do que pode ser dito.
Dentre as habilidades que a fonoaudiologia no autismo pode trabalhar em pessoas que possuem atraso na fala são:
- Fortalecer os músculos da boca, mandíbula e pescoço;
- Treinar os sons para deixar a fala mais clara;
- Combinar as emoções com a expressão facial correta;
- Compreender a linguagem corporal;
- Ensinar a conversar e a responder às perguntas;
- Combinar uma imagem com o seu significado;
- Contribuir com o tom de voz;
- Uso de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA).
Avaliação e terapias
Uma vez que o autismo é diagnosticado, os fonoaudiólogos avaliam as melhores formas de contribuir com a comunicação e a qualidade de vida da pessoa.
É importante que, ao longo da terapia, o fonoaudiólogo também trabalhe, principalmente, em colaboração com a família, a escola e demais profissionais responsáveis pela criança com TEA, como o terapeuta ocupacional, terapeuta ABA e psicólogo.
Após uma avaliação, o especialista trabalhará as habilidades sociais e de comunicação de cada indivíduo, o que possibilitará identificar suas dificuldades que serão estimuladas durante o processo terapêutico, e as intervenções são feitas com base nas necessidades de cada criança.
Exercícios de fonoaudiologia para autismo
Quando se trata de uma criança não verbal ou com grande comprometimento com a fala, o objetivo da fonoterapia é apresentar alternativas de comunicação.
Na fonoterapia existem algumas intervenções que são bem comuns, a exemplo da comunicação com recursos visuais – onde as imagens ajudam a criança a aprender a se comunicar -, exercícios para os lábios ou músculos faciais que melhoram a articulação da fala, músicas e canções para trabalhar o ritmo, a ênfase e o fluxo das frases, entre outras.
Quando procurar um fonoaudiólogo?
É importante observar o bebê logo no nascimento, durante a primeira amamentação, onde já começa a desenvolver a região da boca. Com a evolução, a criança já consegue emitir os primeiros sons, por meio de balbucios e a intenção de se comunicar, por exemplo.
Logo em seguida, é natural que ela passe a imitar os sons dos adultos e, por volta dos dois anos, já começam as primeiras evoluções da fala. Quando isso não acontece de forma natural, é preciso buscar um fonoaudiólogo.
Mas isso varia de criança para criança – seja ela atípica ou neurotípica. Até os cinco anos de idade, é possível identificar sinais de que o pequeno precisa de um fonoaudiólogo, basta observar como a criança se expressa. Vamos exemplificar:
- Troca dos fonemas — até os três anos isso é considerado comum;
- Gagueira — até os 3 anos é comum acontecer, no entanto é necessário uma avaliação para saber se é realmente uma alteração de fluência normal do processo de desenvolvimento da fala e linguagem ou se por acaso se trata de uma disfluência gaga, a qual é necessária intervenção fonoaudiológica imediata;
- Apresenta pouca articulação na boca — pode fazer parte do desenvolvimento da criança;
- Intenção e iniciativa de buscar os parceiros comunicativos – Desde muito cedo, espera-se que a criança busque os adultos para trocar informações (por exemplo: fazer pedidos, recusas e compartilhamento de interesses).
É importante iniciar a fonoterapia o mais cedo possível, para potencializar os resultados. Não é necessário ter o diagnóstico fechado para iniciar a estimulação fonoaudiológica. A criança vem apresentando atraso de linguagem e fala? Apresenta algumas das características citadas anteriormente? Não espere! Procure um fonoaudiólogo e inicie o tratamento da criança! Quanto mais cedo, melhor!
Autismo e Fonoaudiologia
A fonoaudiologia desempenha importante papel na inclusão e reabilitação da pessoa com autismo, buscando ganho em autonomia, qualidade de vida e independência.
Se você ficou com alguma dúvida sobre a importância da fonoterapia no autismo, entre em contato conosco, fazemos questão de lhe esclarecer.
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