Estamos no mês de outubro e outro assunto, além do câncer de mama que ganha destaque, é o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Dia 29 é o Dia Mundial do AVC, uma data criada para alertar as pessoas sobre as causas, os riscos e os sintomas dessa condição.
Presta atenção neste dado: somente em julho de 2022, segundo o Ministério da Saúde, o AVC matou 8.758 brasileiros, o equivalente a 11 óbitos por hora.
Além de causar muitas mortes, o AVC também deixa pessoas com graves sequelas, sendo uma das principais causas de incapacidade.
Nesse processo de reabilitação pós-AVC, as maiores dúvidas dos familiares e dos pacientes estão relacionadas sobre as consequências, as chances de cura, e quais os profissionais que podem ajudar nessa nova fase da vida.
Por isso, escolhemos esse tema para mostrar um pouco mais sobre o que é o AVC, mas também, para falar sobre o trabalho incansável e fundamental de fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas na reabilitação e recuperação das pessoas acometidas pelo Acidente Vascular Cerebral.
AVC: o que é, causas e sintomas
Certamente você já deve ter ouvido falar sobre o Acidente Vascular Cerebral, o AVC. Mas você sabe como ele acontece?
O AVC ocorre quando o fluxo de sangue para uma parte do cérebro é interrompido ou reduzido. Esta alteração ocasiona a morte de células da região cerebral atingida podendo levar à morte ou deixando graves sequelas na pessoa.
Existem dois tipos principais de AVC: o Isquêmico, tipo mais comum que representa cerca de 80% de todos os casos e ocorre quando há o entupimento de vasos sanguíneos; e o Hemorrágico, que ocorre quando um vaso sanguíneo no cérebro se rompe e sangra para o tecido cerebral. Esse sangramento pode causar pressão no cérebro e danos significativos para o paciente.
Causas e sintomas
O principal fator de risco para o AVC é a hipertensão arterial, seguido por arritmia cardíaca, diabetes, tabagismo, colesterol alto e obesidade. Os sintomas podem incluir fraqueza súbita em um lado do corpo, dificuldade em falar, perda de visão, tontura, confusão, dor de cabeça súbita e intensa, entre outros.
A rapidez com que a pessoa recebe atendimento médico é crucial para reduzir os danos causados pelo AVC e até mesmo, salvar a vida.
Listamos aqui, os principais sinais de alerta que você pode identificar se a pessoa está sofrendo um AVC:
- Peça para a pessoa sorrir e observe se a boca está torta;
- Peça para a pessoa elevar os braços e verifique se um deles está fraco;
- Peça para a pessoa dizer uma frase ou cantar uma música e observe se há dificuldade de falar;
- Ao observar esses sinais, chame a emergência imediatamente.
A gente nunca espera que isso aconteça conosco ou com quem conhecemos, porém, saber como agir nestes momentos e perceber os sinais de alerta, pode salvar muitas vidas.
Socorrer a pessoa imediatamente pode reduzir consideravelmente os danos deixados pelo AVC.
Sequelas deixadas pelo AVC
As consequências do Acidente Vascular Cerebral (AVC) são relativas de pessoa para pessoa e também, dependem da gravidade do AVC, da parte do cérebro afetada e da rapidez com que o tratamento médico foi feito.
Muitas pessoas podem ter sequelas leves e temporárias, enquanto outras podem enfrentar sequelas mais graves e duradouras.
Geralmente as partes mais afetadas são:
- fala e comunicação;
- fraqueza ou paralisia em um ou ambos os lados do corpo;
- mobilidade e coordenação motora;
- alterações na percepção dos sentidos como visão, audição, tato;
- problemas cognitivos, ou seja, perda de memória, dificuldade de concentração, confusão mental ou alterações na capacidade de tomar decisões.
Entre as sequelas, citamos também, os problemas de deglutição (disfagia), ou seja, uma condição que pode tornar a alimentação e a ingestão de líquidos perigosa, podendo levar a pneumonia por aspiração.
Aqui entra o importante papel dos otorrinolaringologistas e dos fonoaudiólogos. Duas habilidades que se complementam para ajudar na recuperação e auxiliar na qualidade de vida dos sobreviventes de AVC.
Otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos: trabalho conjunto na reabilitação de pacientes com AVC
Após um AVC, muitos pacientes enfrentam uma série de desafios relacionados à deglutição (ato de engolir – caminho da comida até o estômago), fala e audição. É aí que entram o otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo.
Você pode se perguntar: como o otorrino e o fonoaudiólogo ajudam na reabilitação de pessoas com AVC? A gente explica!
O otorrinolaringologista avalia e trata principalmente, a disfagia (dificuldade de deglutição), a disartria (dificuldade de fala) e problemas de audição que são as consequências mais comuns após um AVC.
Para facilitar o seu entendimento, vamos explicar melhor o que é disfagia e o que é disartria.
Disfagia
A disfagia pode levar a sérios problemas, como aspiração pulmonar. O otorrinolaringologista faz exames para avaliar a função da deglutição e prescrever terapias ou intervenções, como a modificação da consistência dos alimentos, para garantir que o paciente possa se alimentar com segurança.
Disartria
A disartria é a dificuldade na pronúncia de palavras, uma das sequelas do AVC que envolve uma alteração nos músculos da boca, da língua, laringe ou cordas vocais.
Para tratar esses problemas de fala, o otorrinolaringologista trabalha em conjunto com as fonoaudiólogas para desenvolver estratégias de reabilitação da fala e da comunicação.
Tratamento e reabilitação
A reabilitação após um AVC é fundamental para ajudar as pessoas a recuperarem as suas habilidades e terem mais segurança e saúde no dia a dia.
Após sofrer um AVC, os pacientes podem enfrentar dificuldades significativas na comunicação, linguagem, fala e deglutição. Nesse momento, os otorrinolaringologistas e os fonoaudiólogos trabalham juntos e são essenciais para ajudar na reabilitação desses pacientes.
Os tratamentos incluem exercícios específicos para melhorar a clareza da fala e a articulação das palavras. Também são implementadas estratégias para auxiliar o paciente em tarefas simples do dia a dia, como a postura durante as refeições.
As consequências de um AVC podem ser avassaladoras na vida de quem sofre e dos seus familiares.
Como podemos ver, as sequelas variam conforme cada caso, mas seja qual for, afetam a qualidade de vida e a independência dos sobreviventes. O trabalho conjunto do otorrinolaringologista e dos fonoaudiólogos é muito importante na reabilitação dessas pessoas.
Por isso, é essencial encaminhar os sobreviventes de AVC para tratamentos de recuperação, com terapeutas, otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos especializados.
Com o apoio adequado desses especialistas, os pacientes têm uma chance maior de superar os desafios e alcançar uma recuperação bem-sucedida.
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Fonte: Ministério da Saúde