Imunoterapia ajuda a aliviar as alergias de primavera?

Mão do médico coletando o material de um frasco com uma seringa.
Entenda como funciona a imunoterapia e quais são os resultados esperados no tratamento de alergias típicas da primavera como rinite alérgica, asma e conjuntivite alérgica. 

Entenda como funciona a imunoterapia e quais são os resultados esperados no tratamento de alergias típicas da primavera como rinite alérgica, asma e conjuntivite alérgica. 

Introdução

Quando a Primavera chega, as pessoas que sofrem com alergias respiratórias típicas da estação, começam a sentir os primeiros desconfortos.  

Essas reações alérgicas, comumente chamadas de alergias de primavera, são desencadeadas pela exposição aos alérgenos presentes no ar, como o pólen, mofo e poeira. 

Por consequência, o sistema imunológico das pessoas alérgicas identifica essas substâncias, inofensivas para a maioria, como ameaças, desencadeando uma série de sintomas incômodos.

Impacto na qualidade de vida 

As alergias sazonais comumente causam espirros, congestão nasal, coceira nos olhos e garganta, além de fadiga constante, afetando a rotina diária e diminuindo, contudo, a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. 

Para se ter uma ideia, para algumas pessoas, atividades simples, como caminhar ao ar livre ou abrir janelas em casa, tornam-se difíceis durante os meses de primavera devido à alta concentração de alérgenos no ar.

Diante desse cenário, a imunoterapia surge como uma solução promissora para o tratamento de alergias de primavera. 

Este tratamento, também conhecido como vacina para alergias, oferece, portanto, uma abordagem preventiva que visa reduzir a sensibilidade do organismo aos alérgenos. Por sua vez, a imunoterapia proporciona alívio duradouro e melhora significativamente a qualidade de vida dos pacientes. 

Você conhece a imunoterapia? Acompanhe este artigo e confira as principais informações para que você analise se esse tratamento é adequado para o seu caso! 

O que é imunoterapia e como funciona no tratamento de alergias 

Como o próprio nome diz, a imunoterapia é a ativação do próprio sistema imunológico do paciente para combater doenças, inclusive vem sendo usado para tratamento de câncer.

Entretanto, em casos de cânceres, conforme a Academia Nacional de Medicina (ANM) é importante revelar que, mesmo com o crescimento do método, o tratamento não consegue ter eficácia para todos os pacientes. 

Mas quando o sistema imunológico responde, o efeito é significativo e duradouro, em função da memória imunológica que o sistema passa a ter contra o tumor. Nos casos de alergias respiratórias, a imunoterapia específica utiliza uma vacina com os alérgenos que causam a alergia em questão.

Estes, por sua vez, elevam a imunidade do paciente para estimular menos sensibilidade a certas substâncias que provocam as crises alérgicas. 

Como funciona a imunoterapia para alergias?

A imunoterapia funciona como uma espécie de treinamento do sistema imunológico para reconhecer e tolerar alérgenos que, de outra forma, desencadeariam reações alérgicas. 

Durante o tratamento, pequenas quantidades de alérgenos, como pólen ou ácaros, são introduzidas no corpo do paciente em doses controladas e crescentes. 

Com o tempo, o sistema imunológico começa a se adaptar, reduzindo sua resposta exagerada a esses agentes. Contudo, o objetivo final é que o corpo aprenda a lidar com essas substâncias sem produzir sintomas alérgicos graves.

Princípio Básico da imunoterapia

O princípio central da imunoterapia é a dessensibilização. 

Em outras palavras, isso quer dizer que, quando uma pessoa é alérgica, o sistema imunológico reage exageradamente a substâncias inofensivas, como o pólen, desencadeando sintomas como espirros, coceira, congestão nasal e dificuldades respiratórias. 

A imunoterapia então busca interromper essa resposta imune desproporcional. 

Por consequência, ao expor o corpo a quantidades pequenas e controladas do alérgeno ao longo do tempo, o tratamento ensina o sistema imunológico a tolerar esses alérgenos, pois diminui a intensidade das reações alérgicas ou elimina-as completamente.

Fases do tratamento e “treinamento” do sistema imunológico

O tratamento de imunoterapia ocorre em duas fases principais: início e manutenção. 

Durante a fase de início, o paciente recebe doses crescentes do alérgeno uma ou duas vezes por semana, até que se atinja uma dose ideal que seja eficaz para a dessensibilização. 

Já a fase de manutenção é a etapa na qual o paciente continua a receber a dose máxima eficaz, mas com menos frequência, geralmente uma vez por mês. 

Esse processo geralmente dura de três a cinco anos, porém, os benefícios podem se manter por muitos anos após o término do tratamento.

Resposta do organismo 

Ao longo do tratamento, o sistema imunológico é exposto repetidamente ao alérgeno, o que leva a uma reprogramação da resposta imunológica. 

Normalmente, quando o corpo de uma pessoa alérgica entra em contato com um alérgeno, as células imunes produzem grandes quantidades de anticorpos IgE, que ativam uma cascata de reações inflamatórias. 

Desta forma, a imunoterapia diminui a produção desses anticorpos IgE, ao mesmo tempo em que estimula a produção de anticorpos IgG, que bloqueiam a reação alérgica.

Resultados esperados com a imunoterapia

Os resultados da imunoterapia variam de paciente para paciente, mas a maioria das pessoas começa a notar uma redução significativa nos sintomas de alergia após alguns meses de tratamento. 

Ao longo do tempo, os sintomas tornam-se menos frequentes e menos intensos, até que muitas pessoas sentem uma remissão completa das reações alérgicas. Além disso, o uso de medicamentos anti-histamínicos e descongestionantes pode ser reduzido ou até mesmo desnecessário em muitos casos.

Tipos de imunoterapia para alergias 

Existem dois tipos principais de imunoterapia para alergias: a subcutânea (injeções) e a sublingual (gotas ou comprimidos debaixo da língua). 

Entretanto, mesmo com diferentes formas de administração, ambos os métodos têm a mesma finalidade: dessensibilizar o sistema imunológico para que ele reaja de maneira menos intensa ou não reaja aos alérgenos.

Vale reforçar que a escolha da imunoterapia depende do tipo de alergia, da gravidade dos sintomas e da preferência do paciente. 

Confira agora, mais informações sobre os métodos de aplicação.   

Imunoterapia específica ou subcutânea (injeções)

A imunoterapia subcutânea é o tipo mais tradicional de tratamento para alergias. Ela envolve a aplicação de injeções que contêm pequenas quantidades do alérgeno específico ao qual o paciente é sensível.

Como funciona

As injeções são administradas por um médico, geralmente no braço. Então, o tratamento ocorre em duas fases: a fase de aumento (iniciais) e a fase de manutenção.

Na fase de aumento, as doses começam muito pequenas e são aumentadas gradualmente até atingir uma dose de manutenção ideal. Enquanto na fase de manutenção, o paciente recebe a dose de forma regular, geralmente uma vez por mês.

O tratamento completo pode durar de 3 a 5 anos.

Esse processo, sobretudo, permite que o sistema imunológico se acostume aos alérgenos porque reduz a sua resposta exagerada quando a pessoa é exposta a ele no dia a dia.

Exemplo de uso

Se um paciente tem alergia ao pólen, por exemplo, a imunoterapia específica seria administrada com pequenas doses de pólen para dessensibilizar o organismo a essa substância específica, reduzindo os sintomas como espirros, coceira nos olhos e congestão nasal durante a primavera.

Vantagens da imunoterapia subcutânea

A imunoterapia é ajustada de acordo com os alérgenos que causam reações no paciente. Com o tempo, a pessoa apresenta menos sintomas e pode até deixar de usar medicamentos antialérgicos. Contudo, os benefícios da imunoterapia específica podem durar muitos anos após o término do tratamento. 

Esse tratamento é recomendado para pessoas que sofrem de alergias persistentes e graves, como asma alérgica, rinite alérgica, ou alergias a picadas de insetos.

Mão do médico coletando o material de um frasco com uma seringa.
O tratamento de imunoterapia tem se mostrado eficaz no tratamento de alergias da primavera. (Fonte: Freepik)

Imunoterapia sublingual (gotas ou comprimidos debaixo da língua)

A imunoterapia sublingual é uma alternativa sem injeções, na qual o alérgeno é administrado em forma de gotas ou comprimidos colocados sob a língua. Esse método é mais recente, mas vem ganhando popularidade devido à sua conveniência.

Como funciona

O tratamento é realizado em casa. O paciente coloca uma gota ou um comprimido sob a língua diariamente. Desta forma, não exige a presença constante de um médico, embora o primeiro uso seja supervisionado para garantir que não haja reações adversas.

Benefícios da imunoterapia sublingual 

Esse método oferece várias vantagens em termos de conveniência, segurança e eficácia, tornando-se uma opção atraente para pacientes que buscam alívio prolongado de seus sintomas alérgicos. 

Além disso, a imunoterapia sublingual é ideal para pessoas que têm medo de agulhas ou preferem fazer o tratamento em casa sem a necessidade de visitas frequentes ao consultório médico para injeções. 

Estudos mostram que a imunoterapia sublingual é eficaz no tratamento de diversas alergias respiratórias, como rinite alérgica e asma alérgica, especialmente causadas por pólen, ácaros e pelos de animais. 

Tratamento seguro para crianças 

A imunoterapia sublingual é considerada segura para crianças, sendo uma das melhores opções para pacientes pediátricos que podem ter dificuldade com injeções. 

No entanto, esse tipo de imunoterapia pode ser usado em pacientes de todas as idades, desde que o médico identifique que o tratamento é adequado para o tipo específico de alergia.

A imunoterapia é eficaz para alergias de primavera?

Ao longo do tempo, a imunoterapia reduz a sensibilidade do sistema imunológico ao alérgeno, pois proporciona alívio duradouro dos sintomas, mesmo após o término do tratamento. 

Segundo a Revista Brasileira de Análises Clínicas (RBAC), a imunoterapia específica vem, há mais de 100 anos, sendo utilizada para o tratamento de alergias respiratórias.

O mesmo estudo aponta que essas alergias têm crescente ocorrência no mundo todo e atualmente, atingem aproximadamente 40% da população mundial. 

Diante deste cenário, a imunoterapia surge como uma solução. Para muitos pacientes, os tratamentos convencionais, como anti-histamínicos e corticosteroides, oferecem alívio temporário, mas não tratam a causa subjacente da alergia. 

Sobretudo, a imunoterapia específica tem se mostrado uma alternativa eficaz no tratamento de alergias respiratórias, trazendo alívio em longo prazo, pois reduz a sensibilidade do sistema imunológico aos alérgenos sazonais.

Isso também pode diminuir a necessidade de medicamentos antialérgicos, como anti-histamínicos, proporcionando mais qualidade de vida ao paciente.

Quem pode se beneficiar da imunoterapia?

Mesmo a imunoterapia sendo uma alternativa efetiva para tratar alergias de primavera, nem todos pacientes são candidatos ideais. Sobretudo, a escolha do tratamento depende de uma série de fatores, incluindo a gravidade da alergia, a persistência dos sintomas e a saúde geral da pessoa. 

Os médicos consideram candidatos ideais para a imunoterapia aqueles que sofrem de alergias graves ou persistentes, não controladas adequadamente com tratamentos convencionais, como anti-histamínicos ou corticosteroides.

A imunoterapia é particularmente eficaz para condições como rinite alérgica sazonal e perene, asma alérgica e alergias a picadas de insetos.

Rinite alérgica sazonal

Pacientes com sintomas graves durante as estações do ano em que há alta concentração de alérgenos, como pólen, podem se beneficiar da imunoterapia, pois ela visa a causa subjacente da alergia.

Asma alérgica

Para pacientes cuja asma é desencadeada por alérgenos específicos, a imunoterapia pode reduzir a necessidade de medicamentos e melhorar o controle dos sintomas.

Pacientes com diagnóstico confirmado de alergia

A imunoterapia é indicada quando o diagnóstico de alergia é confirmado por meio de testes alérgicos, como testes cutâneos ou exames de sangue. 

Desta forma, a imunoterapia é mais eficaz quando direcionada aos alérgenos específicos que foram identificados como responsáveis pelos sintomas do paciente.

Contraindicações e precauções

Embora a imunoterapia seja segura para a maioria dos pacientes, há algumas contraindicações que devem ser consideradas, conforme explicamos a seguir:

Doenças autoimunes

Pacientes com doenças autoimunes ativas podem precisar evitar a imunoterapia devido ao risco de exacerbação dos sintomas autoimunes.

Doenças cardíacas graves

Pacientes com condições cardíacas graves podem não ser adequados para a imunoterapia devido ao risco de reações adversas mais graves.

História de anafilaxia

Aqueles com uma história de anafilaxia severa a alérgenos específicos podem precisar de uma avaliação mais cuidadosa antes de iniciar a imunoterapia, embora muitas vezes possam ainda se beneficiar com medidas de precaução adequadas.

Gravidez

Gestantes podem fazer a imunoterapia, mas com cautela. As pacientes grávidas devem discutir os riscos e benefícios com seus médicos.

Condições respiratórias

Médicos devem monitorar de perto pacientes com condições respiratórias graves ou não controladas, pois esses pacientes podem ter um risco aumentado de reações adversas.

Efeitos colaterais potenciais

Os efeitos colaterais da imunoterapia geralmente são leves e incluem reações no local da aplicação, como coceira ou inchaço. No entanto, reações mais graves podem ocorrer, especialmente durante a fase de aumento das doses. Reações adversas graves são raras, mas podem incluir anafilaxia, que é uma emergência médica.

Imunoterapia x idade

A imunoterapia é eficaz em pacientes de várias idades, mas há algumas considerações específicas para diferentes grupos etários. Para crianças, por exemplo, o tratamento pode ser iniciado a partir dos 5 anos de idade. Enquanto para adultos não existe faixa etária determinante. 

Os pacientes idosos também podem se beneficiar da imunoterapia, embora a decisão de iniciar o tratamento deva considerar a saúde geral do paciente e a presença de outras condições médicas.

Por fim, decidir pela imunoterapia deve ser sempre uma avaliação individualizada que considere a gravidade dos sintomas, a resposta a tratamentos anteriores e a disposição do paciente para o compromisso de longo prazo necessário. 

Sobretudo, a avaliação individualizada do médico responsável é o que determinará a recomendação ou não do tratamento. 

O que esperar durante o tratamento com imunoterapia?

Para quem está começando esse tipo de tratamento, é importante entender o que vem pela frente nas diferentes fases da imunoterapia, desde as primeiras semanas de adaptação até os resultados esperados e o acompanhamento médico necessário.

Nas primeiras semanas ocorre a adaptação do paciente. O tratamento, seja sublingual ou por injeções, normalmente começa com uma dose muito baixa do alérgeno específico que causa a reação alérgica. 

Esse processo é conhecido como “fase de indução” ou “fase inicial”. Aumenta-se a dose gradualmente ao longo das primeiras semanas ou meses, pois o corpo já vai se acostumando ao alérgeno sem provocar reações intensas.

Possíveis reações iniciais e como o corpo se adapta ao tratamento

Durante as primeiras semanas de tratamento, é possível que o paciente experimente reações leves, como: 

  • Irritação no local da aplicação, como vermelhidão ou inchaço no caso das injeções.
  • Leve coceira ou desconforto na boca, para a imunoterapia sublingual.
  • Sintomas leves de alergia, como espirros, coriza ou congestão nasal.

Essas reações são geralmente passageiras e indicam que o corpo está começando a se adaptar ao tratamento. O paciente deve relatar essas reações ao médico para garantir o progresso esperado do tratamento e permitir ajustes, se necessário.

Adaptação do corpo

O corpo começa a “aprender” a tolerar o alérgeno sem desencadear uma resposta imunológica excessiva, à medida que aumentam as doses. 

Esse processo de “treinamento” do sistema imunológico é a base da imunoterapia e pode levar várias semanas até que o corpo comece a se ajustar completamente.

Monitoramento e acompanhamento médico

O acompanhamento médico é essencial durante todo o tratamento com imunoterapia. 

As consultas regulares, sobretudo, permitem que o médico monitore o progresso do paciente, ajuste as doses de alérgenos e identifique qualquer reação adversa que possa surgir. Essas consultas geralmente são mais frequentes no início do tratamento, com a possibilidade de espaçamento à medida que o paciente progride.

Na imunoterapia subcutânea (injeções), o médico pode administrar as doses semanalmente ou quinzenalmente durante a fase de indução e, posteriormente, espaçá-las para uma vez por mês.

Na imunoterapia sublingual, o paciente segue a orientação de uso diário em casa no início do tratamento, mas visita o médico periodicamente para que este avalie a resposta ao tratamento.

Ajustes no tratamento

A imunoterapia personaliza o tratamento e ajusta as doses conforme a resposta do paciente.

Por exemplo, se o paciente apresentar reações intensas ou efeitos colaterais, o médico pode reduzir a dose temporariamente ou ajustar a frequência das aplicações. Esse monitoramento cuidadoso garante, acima de tudo, que o tratamento seja seguro e eficaz.

Resultados esperados

É importante compreender que os benefícios da imunoterapia não são imediatos. 

Desta forma, o tempo necessário para começar a perceber uma melhora significativa nos sintomas alérgicos varia de pessoa para pessoa, mas geralmente segue o seguinte cronograma:

Primeiros meses: durante os primeiros 3 a 6 meses, o paciente pode começar a notar uma redução leve dos sintomas, embora muitas vezes ainda seja necessário o uso de medicamentos antialérgicos para controlar os sintomas.

Entre 6 a 12 meses: após cerca de um ano de tratamento, muitos pacientes relatam uma redução mais perceptível na frequência e intensidade dos sintomas de alergia, permitindo uma diminuição gradual no uso de medicamentos sintomáticos.

Após 1 a 3 anos: a maioria dos pacientes experimenta alívio duradouro após 1 a 3 anos de imunoterapia contínua. Nessa fase, o sistema imunológico já está suficientemente treinado para tolerar o alérgenos e, além disso, os sintomas são drasticamente reduzidos ou até eliminados.

Durabilidade dos efeitos 

O grande benefício da imunoterapia é que seus efeitos podem persistir por muitos anos, mesmo após o término do tratamento. 

Estudos demonstram que muitos pacientes que completam o ciclo completo de 3 a 5 anos de imunoterapia continuam a ter alívio dos sintomas por uma década ou mais após o fim do tratamento. 

No entanto, é importante seguir as orientações do médico para garantir que o tratamento seja eficaz e duradouro. Embora a imunoterapia não seja uma “cura” para alergias, ela pode reduzir significativamente a sensibilidade ao alérgeno e, em alguns casos, pode levar a uma remissão completa dos sintomas. 

Isso é especialmente benéfico para pacientes com alergias graves ou persistentes, que enfrentam dificuldades constantes com os sintomas alérgicos.

Principais cuidados para alívio das alergias durante a primavera

A primavera é uma estação encantadora, mas também é um desafio para quem sofre com as alergias. 

Durante esse período, o aumento da concentração de pólen e outros alérgenos no ambiente aumentam os sintomas alérgicos, como espirros, congestão nasal, e coceira nos olhos. 

Entretanto, para ajudar a aliviar esses sintomas e melhorar a qualidade de vida, adote medidas preventivas como mudanças de hábitos e combinação de tratamentos. 

Dentre as medidas preventivas, estão: 

Manter janelas fechadas

Durante a primavera, é comum que o pólen se espalhe pelo ar. Manter as janelas fechadas em casa e no carro ajuda a reduzir a entrada de pólen e outros alérgenos. Isso é especialmente importante durante as horas de maior concentração de pólen, que geralmente ocorrem pela manhã e no início da tarde.

Usar filtros de ar

Instalar filtros de ar com alta eficiência em sistemas de ar condicionado pode capturar partículas de pólen e outros alérgenos, melhorando a qualidade do ar interno.

Eliminar o carpete

Substitua carpetes por pisos de madeira, cerâmicas ou vinil, que são mais fáceis de limpar e não acumulam alérgenos como pólen, poeira e pelos de animais. Da mesma forma, mantenha em dia a higienização de tapetes menores.

Higienizar o nariz

A lavagem nasal regular com solução salina ajuda a remover partículas de pólen, poeira e outros alérgenos que se acumulam nas cavidades nasais ao longo do dia.

Principalmente para quem sofre com rinite alérgica, a limpeza regular no nariz ajuda a minimizar os sintomas decorrentes de alergias respiratórias, como a rinite. 

Muito mais que aliviar, esse método é uma maneira eficaz para prevenir crises, principalmente na primavera. 

Benefícios da higienização nasal

  • Descongestionamento: a higienização nasal alivia a congestão, desobstruindo o nariz e facilitando a respiração, especialmente em dias de alta concentração de pólen.

  • Hidratação das mucosas: a solução salina mantém as vias nasais úmidas, o que ajuda a proteger o revestimento do nariz contra a irritação provocada pelos alérgenos.

  • Prevenção de complicações: ao manter as vias nasais limpas, a higienização regular pode ajudar a prevenir complicações como sinusites, que podem surgir quando o nariz está constantemente irritado.

Como fazer a higienização nasal

Utilize uma solução salina pronta (soro fisiológico) ou prepare uma em casa com água morna e sal. Certifique-se de que a água esteja devidamente limpa para evitar contaminações.

Aplique a solução em uma narina de cada vez, utilizando uma seringa ou um dispositivo próprio para lavagem nasal. Incline a cabeça para o lado oposto da narina em que você está aplicando a solução para que o líquido flua adequadamente, lavando as passagens nasais.

Realize esse procedimento ao menos duas vezes ao dia, especialmente ao voltar para casa após exposição a ambientes externos. Incorporar essa prática simples à rotina de quem sofre com alergias de primavera, oferece alívio duradouro e reduz a dependência de medicamentos.

Considerações finais

A imunoterapia tem se mostrado uma abordagem eficaz no tratamento de alergias sazonais, incluindo as alergias de primavera, proporcionando alívio em longo prazo para pacientes que sofrem de sintomas persistentes e severos.

Ao “reeducar” o sistema imunológico para tolerar alérgenos específicos, a imunoterapia oferece uma solução para além do alívio temporário dos medicamentos tradicionais, atuando na raiz do problema.

Entretanto, é fundamental destacar que cada paciente possui um perfil único, e a eficácia do tratamento depende de uma avaliação médica cuidadosa. Um tratamento personalizado, ajustado às necessidades e à gravidade das alergias de cada indivíduo, aumenta as chances de sucesso. 

Além disso, o acompanhamento médico regular é crucial para garantir a segurança e para realizar ajustes no protocolo de imunoterapia, se necessário.

Para aqueles que sofrem de alergias de primavera e estão buscando uma solução mais duradoura, os próximos passos incluem consultar um alergista ou um otorrinolaringologista para discutir a possibilidade de iniciar a imunoterapia. 

Esse especialista poderá avaliar a gravidade das alergias, realizar testes para identificar os alérgenos específicos e, se indicado, recomendar o tipo mais adequado de imunoterapia. Antes de tomar essa decisão, é importante considerar aspectos como o tempo necessário para os resultados se manifestarem, possíveis reações iniciais e a duração do tratamento.

Iniciar o tratamento com imunoterapia pode transformar a qualidade de vida, reduzindo os sintomas das alergias de primavera e permitindo que o paciente aproveite a estação com mais tranquilidade, bem-estar e qualidade de vida. 

Perguntas frequentes (FAQ)

1. Quanto tempo dura o tratamento com imunoterapia?

O tratamento com imunoterapia geralmente dura entre 3 a 5 anos. Nos primeiros meses, o médico aumenta gradualmente as doses (fase de indução) até alcançar a dose de manutenção, que ele administra durante o restante do tratamento. Para alcançar os melhores resultados, o paciente precisa seguir o cronograma recomendado pelo médico.

2. Posso interromper a imunoterapia no meio do processo?

Interromper a imunoterapia antes do tempo recomendado pode comprometer os resultados. Para treinar o sistema imunológico, é necessário completar o ciclo de tratamento, que pode durar anos. A interrupção precoce pode fazer com que os sintomas alérgicos retornem ou se agravem.

3. A imunoterapia é uma solução definitiva?

Embora a imunoterapia não seja considerada uma cura definitiva, ela proporciona alívio em longo prazo. Muitos pacientes experimentam uma redução significativa dos sintomas, mesmo após o término do tratamento, e alguns não necessitam mais de medicamentos diários para alergia. No entanto, os resultados variam de pessoa para pessoa.

4. Quais alergias a imunoterapia pode tratar?

A imunoterapia é eficaz no tratamento de alergias respiratórias (asma e rinite alérgica), alergia ocular (conjuntivite alérgica), alergia a picadas de insetos, especialmente abelhas, marimbondos, vespas e formigas. Também para alergia de pele, como a Dermatite Atópica.

5. A partir de qual idade é possível fazer imunoterapia?

Os médicos costumam recomendar a imunoterapia para crianças a partir de 5 anos, mas a decisão depende do quadro clínico e da avaliação médica. Já em idosos, o médico também avalia com cautela a condição de saúde em geral. Pessoas cardíacas ou imunológicas geralmente não podem fazer a imunotereapia.

6. Quais são os possíveis efeitos colaterais da imunoterapia?

Os efeitos colaterais são geralmente leves e incluem irritação no local da aplicação (no caso de injeções) ou coceira na boca (imunoterapia sublingual).  Reações mais graves são raras, mas podem ocorrer, como anafilaxia. Por isso, o tratamento deve ser realizado com acompanhamento médico adequado.

7. Pode-se combinar a imunoterapia com outros tratamentos para alergia?

Sim, pode-se combinar a imunoterapia com medicamentos como anti-histamínicos e sprays nasais para controlar os sintomas enquanto o tratamento faz efeito. Esses medicamentos ajudam a aliviar os sintomas enquanto o sistema imunológico se adapta gradualmente aos alérgenos.

Fonte: 
Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI)
Biblioteca Virtual em Saúde
Revista Brasileira de Análises Clínicas (RBAC)





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