Veja como a imunoterapia aumenta a imunidade e a resistência em pessoas com alergias respiratórias.
Nariz congestionado, olhos lacrimejantes, mal-estar, dificuldade para respirar tudo isso faz parte dos sintomas das alergias respiratórias que só quem sente sabe como é. Quando as crises acontecem, atrapalham diretamente na rotina e tornam o dia a dia mais pesado, até para fazer as tarefas mais simples.
As causas são geralmente do ambiente natural, como mudanças na temperatura, umidade ou falta dela, ácaros, poeiras, pólen.
Você sabia que além de prevenir as crises alérgicas respiratórias é possível aliviar os sintomas com a imunoterapia? Conhece?
Acompanhe o texto abaixo que mostra como esse tipo de tratamento pode devolver a qualidade de vida para você.
O que é a imunoterapia?
Administram-se substâncias que causam a alergia, tornando o paciente mais resistente aos fatores causadores das crises ao longo das aplicações.
Conhecida também como a vacina das alergias, a imunoterapia pode ser ministrada via sublingual (gotinhas).
Vacinas regulam a produção de anticorpos que protegem e aumentam a imunidade da pessoa. No caso das alergias, a aplicação diminui as células inflamatórias que participam ativamente das reações alérgicas.
A Organização Mundial de Saúde recomenda a imunoterapia como uma forma de tratamento eficaz, comprovada nas doenças alérgicas como rinoconjuntivite alérgica, asma atópica e reações alérgicas ao veneno de picada de insetos.
Alergias e indicação da imunoterapia
O tratamento é indicado para várias doenças, entre as principais estão:
- alergia respiratória (asma e rinite alérgica)
- alergia ocular (conjuntivite alérgica)
- alergia a picadas de insetos, especialmente abelhas, marimbondos, vespas e formigas.
- alergias alimentares
A indicação da imunoterapia sempre deve partir do médico especialista na área de alergia e imunologia. Após a recomendação, o paciente se submete a testes específicos para avaliar seu grau de sensibilidade quando exposto aos fatores alérgenos que desencadeiam as crises
Muitas vezes é preciso fazer o teste de provocação, na qual a pessoa entra em contato diretamente com a substância que possivelmente causa a alergia.
Tratamento, frequência e duração
Após a avaliação e indicação do médico, inicia-se o tratamento de imunoterapia. Na questão dos asmáticos o paciente precisa estar estável para começar os procedimentos.
Com base nos alérgenos identificados, o médico prescreve uma vacina personalizada para o paciente. Essa vacina contém quantidades mínimas dos alérgenos que desencadeiam reações alérgicas.
O tratamento de imunoterapia é realizado em duas etapas, conforme abaixo:
1ª Etapa: Fase de indução (escalada de dose)
Aplica-se injeções subcutâneas de doses diluídas e crescentes do extrato com o alérgeno. A administração também pode ocorrer via sublingual, em casa, o que representa uma vantagem em relação à via subcutânea, dependendo do caso em questão
O médico responsável realiza esse procedimento aqui na Clínica Tesser, garantindo a qualidade dos extratos alergênicos para o sucesso do tratamento.
Geralmente, administra-se a aplicação na clínica uma vez por semana até atingir o objetivo proposto. Depois, inicia-se a fase de manutenção.
2ª Etapa: Manutenção
Após a fase de indução, o paciente entra na fase de manutenção, recebendo doses regulares, mas em intervalos mais espaçados. A ideia é manter a resposta imunológica controlada ao longo do tempo.
Durante todo o tratamento, o médico monitora a resposta do paciente e ajusta as doses conforme necessário. Isso pode envolver a personalização da vacina com base na evolução da sensibilidade do paciente.
A dose máxima atingida na primeira etapa é ministrada mensalmente. Caso o paciente não apresente melhora após um ano de tratamento, o médico irá reavaliar o paciente. Em casos que apresentam boas respostas clínicas à imunoterapia, geralmente mantém-se o tratamento por três a cinco anos. Se estabelece a dose de manutenção conforme cada caso
Benefícios da imunoterapia
A imunoterapia específica, utilizada no tratamento das alergias respiratórias, existe há mais de 100 anos e mostra-se eficaz em longo prazo.
Pesquisadores na Inglaterra, onde surgiu a imunoterapia, realizaram um estudo que mostrou uma melhora significativa em pacientes que recebiam doses crescentes dos alérgenos (no caso do estudo, usou-se o pólen). Com o tempo, eles perceberam uma redução considerável na frequência dos sintomas e no surgimento das crises.
Por isso, o tratamento é feito gradativamente. O contato direto com o alérgeno faz com que o organismo produza mais anticorpos para se proteger e com o tempo, o corpo se torna tolerante às substâncias que provocam as crises alérgicas.
A imunoterapia comprova ser o único tratamento capaz de alterar o curso natural da doença alérgica e, em alguns casos, até promover a cura. Ela também auxilia na prevenção da evolução da rinite para asma
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que, para ser considerada cura, o paciente deve ficar um ano sem crises de rinite alérgica ou asma. Estudos comprovam que 80% alcançam a cura e 20% apresentam melhoras nos sintomas, com uma redução significativa do aparecimento das crises.
Efeitos colaterais e considerações sobre a imunoterapia
Assim como qualquer tratamento, a imunoterapia para alergias, mesmo sendo um procedimento altamente seguro também tem alguns efeitos colaterais e nem todo mundo está apto para fazer. Mas calma! Vamos explicar.
Comumente a imunoterapia é contra-indicada para doenças auto-imunes, doenças cardiovasculares severas e asma severa e distúrbios psíquicos graves. O médico responsável precisa avaliar gestantes, pacientes idosos e crianças abaixo de dois anos para determinar se eles podem ou não receber o tratamento.
Reações
Podem ocorrer inchaço e vermelhidão no local de aplicação da vacina, são reações leves e temporárias. Também podem aparecer sintomas como fadiga, dor de cabeça leve e náusea.
Sintomas respiratórios
Alguns pacientes podem apresentar sintomas respiratórios como chiado no peito ou tosse.
Quem estiver no tratamento de imunoterapia deve ficar atento e informar o médico imediatamente caso apareça um efeito colateral mais grave.
O médico faz o monitoramento regular durante o tratamento para evitar riscos e ajustar as doses conforme necessário.
Conclusão – Imunoterapia
A imunoterapia é uma alternativa segura e comprovadamente eficaz para aliviar os sintomas decorrentes das crises alérgicas respiratórias. Ao construir resistência em longo prazo, o corpo se torna tolerante à exposição aos alérgenos que provocam as crises e impactam diretamente na saúde e na qualidade de vida do paciente.
Uma das grandes vantagens da imunoterapia é que ela oferece uma abordagem personalizada, tratando o paciente efetivamente com o alérgeno que provoca as crises. Na medicina, vê-se o tratamento como uma técnica valiosa contra as alergias, proporcionando mais oportunidades de tratamento e, quem sabe, até a cura.
Se você está em busca de imunoterapia, nós oferecemos esse tratamento na Clínica Tesser. Mas antes, é importante conhecer bem o que provoca as suas crises alérgicas. Aqui no nosso blog, você encontra muitos artigos relacionados ao tema que vão te ajudar ainda mais a compreender as alergias e como elas se manifestam.
A informação também é necessária para prevenir o surgimento de crises e evitar a evolução dos sintomas.
Fontes: ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia | Associação Médica Brasileira | Revista Brasileira de Análises Clínicas