Saiba quais são os impactos da retirada das amígdalas e adenoides, quando a cirurgia é necessária e como ela beneficia a saúde sem comprometer a imunidade.
Introdução
As amígdalas e adenoides são estruturas linfáticas que ajudam a proteger o organismo contra vírus, bactérias e outros patógenos que entram pelo nariz e pela boca.
No entanto, condições como infecções repetitivas e hipertrofia geralmente levam à necessidade de remoção cirúrgica das amígdalas (amigdalectomia) e das adenoides (adenoidectomia).
Existem muitas dúvidas relacionadas sobre essa intervenção. Porém, é importante compreender as funções das amígdalas e adenoides no corpo humano, as razões que levam à hipertrofia dessas estruturas e os impactos potenciais da sua remoção.
Nesse sentido, o presente texto tem como propósito principal explicar esses aspectos para que as pessoas avaliem os benefícios e possíveis complicações associadas a essas cirurgias, que são comumente realizadas em crianças, mas também podem ser indicadas para adultos em certas situações.
Qual é a função das amígdalas e adenoides no corpo?
As amígdalas e adenoides são partes integrantes do sistema linfático e desempenham funções importantes no sistema imunológico, especialmente durante a infância. Localizadas estrategicamente na entrada das vias respiratórias, elas atuam como a primeira linha de defesa do organismo contra patógenos.
Localização e estrutura
As amígdalas palatinas, como são chamadas, situam-se em cada lado posterior da garganta. Elas são mais conhecidas e visíveis. São estruturas ovais que se tornam especialmente notáveis durante episódios de infecção ou inflamação.
Já as adenoides, também conhecidas como amígdalas faríngeas, estão localizadas na parte superior da garganta, atrás do nariz e do palato mole. Diferente das amígdalas palatinas, as adenoides não são visíveis pela boca sem o uso de instrumentos médicos.
Função imunológica
Ambas as amígdalas e adenoides atuam como uma barreira, capturando e destruindo bactérias e vírus que entram no corpo pela boca e nariz. Essa função é especialmente crítica em crianças, cujos sistemas imunológicos ainda estão em desenvolvimento.
Resposta imunológica local
Quando um patógeno é detectado, as amígdalas e adenoides ativam uma resposta imunológica local, recrutando mais células de defesa para o local da infecção. Isso ajuda a combater os invasores rapidamente antes que eles possam se espalhar para outras partes do corpo.
Mudanças com a idade
À medida que a criança cresce, a função das amígdalas e adenoides diminui. Durante a adolescência, essas estruturas tendem a diminuir de tamanho, e a necessidade de suas funções específicas na imunidade local diminui, uma vez que o sistema imunológico já amadureceu e aprendeu a lidar com muitos patógenos.
Em suma, tanto as amígdalas como as adenoides contêm células imunes chamadas linfócitos, que produzem anticorpos. Esses anticorpos são proteínas que ajudam a identificar e neutralizar patógenos, prevenindo infecções e contribuindo para a formação da memória imunológica.
No entanto, quando ocorrem inflamações e infecções com muita frequência é necessário um tratamento mais exclusivo, alguns podem até envolver procedimento cirúrgico.
Hipertrofia, infecções recorrentes e consequências
A hipertrofia das amígdalas e adenoides é frequentemente uma resposta a infecções repetitivas. As infecções frequentes, como amigdalite (infecção das amígdalas) e adenoidite (infecção das adenoides), levam a um ciclo de inflamação e inchaço.
Quando essas estruturas ficam constantemente inflamadas, elas aumentam de tamanho, um processo conhecido como hipertrofia. Esse aumento frequentemente, obstrui as vias respiratórias, causando uma série de problemas respiratórios.
Infecções recorrentes
As infecções recorrentes das amígdalas e adenoides causam várias consequências negativas para a saúde. Primeiramente, a hipertrofia causa dificuldades respiratórias, forçando a respiração pela boca.
Isso comumente resulta em ronco e apneia do sono, uma condição em que a respiração é interrompida durante o sono, levando a noites mal dormidas e sonolência diurna.
Além disso, a obstrução das vias respiratórias também contribui para infecções de ouvido frequentes (otite média), devido à dificuldade de drenagem adequada dos fluidos.
Respiração pela boca
A respiração pela boca, além de ser menos eficiente, pode ter outras implicações para a saúde.
Crianças que respiram pela boca constantemente desenvolvem problemas dentários e faciais, como mordida cruzada e alterações no crescimento dos ossos faciais. A falta de sono de qualidade também é uma consequência e leva a problemas de concentração, cansaço e irritabilidade, impactando o desempenho escolar e a qualidade de vida geral.
Além dos problemas respiratórios e otites frequentes, a hipertrofia das amígdalas e adenoides impacta a alimentação e a fala. Crianças com amígdalas muito grandes geralmente apresentam dificuldade para engolir alimentos, levando a problemas nutricionais e de desenvolvimento. A voz também pode ser afetada, tornando-se mais nasal devido à obstrução das vias aéreas superiores.
Em resumo, a hipertrofia das amígdalas e adenoides, frequentemente resultante de infecções recorrentes, pode ter várias consequências adversas para a saúde. Desde dificuldades respiratórias e problemas de sono até infecções de ouvido frequentes e impactos no desenvolvimento facial, as implicações são variadas e podem ser significativas. Compreender esses aspectos é essencial para avaliar a necessidade de intervenções médicas e buscar o melhor tratamento para melhorar a saúde e o bem-estar geral.
Por que ocorre a hipertrofia das amígdalas e adenoides?
Você sabia que as infecções recorrentes podem levar à hipertrofia? Esse quadro nada mais é do que um aumento anormal do tamanho das amígdalas e das adenoides, resultando em obstrução das vias respiratórias.
Uma das causas mais comuns desse tipo de hipertrofia são as infecções repetitivas. As amígdalas e adenoides estão em contato direto com muitos patógenos que entram no corpo pelo nariz e pela boca.
Quando estas estruturas enfrentam infecções frequentes, como amigdalite e adenoidite, elas se inflamam e incham repetidamente. Esse ciclo contínuo de infecção e inflamação leva ao aumento do tecido linfático como uma resposta imune, resultando na hipertrofia.
Exposição a alérgenos e poluentes
A exposição constante a alérgenos, como poeira e pólen, também pode causar inflamação crônica das amígdalas e adenoides. As reações alérgicas resultam em uma resposta imune persistente, levando ao aumento do tecido linfático.
Outro fator é a exposição a poluentes ambientais, como fumaça de cigarro e poluição do ar. Por consequência, irritam e inflamam as vias respiratórias, contribuindo para a hipertrofia em alguns casos.
Doenças respiratórias crônicas e fatores genéticos
Doenças respiratórias crônicas, como sinusite e rinite alérgica, em longo prazo também levam à hipertrofia das amígdalas e adenoides. Essas condições causam inflamação prolongada nas vias aéreas superiores, resultando em um aumento compensatório do tecido linfático como mecanismo de defesa.
A predisposição genética também desempenha um papel significativo na hipertrofia das amígdalas e adenoides. Algumas crianças têm uma tendência herdada de ter amígdalas e adenoides maiores. Essa predisposição genética geralmente torna essas estruturas mais suscetíveis ao aumento de tamanho, mesmo na ausência de infecções frequentes.
Sistema imunológico
Em crianças, por exemplo, o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento, o que as torna mais vulneráveis a infecções e, consequentemente, à hipertrofia das amígdalas e adenoides.
À medida que o sistema imunológico amadurece, geralmente na adolescência, a necessidade de uma resposta imune tão vigorosa diminui e tende ocorrer a redução natural do tamanho dessas estruturas.
Por fim, a hipertrofia é uma condição comum, especialmente em crianças. Entretanto, em alguns casos, o otorrinolaringologista recomenda a remoção cirúrgica das amígdalas (amigdalectomia) e adenoides (adenoidectomia).
Essa decisão é geralmente tomada após a avaliação dos benefícios e riscos, considerando a frequência e a gravidade das infecções, bem como o impacto na qualidade de vida do paciente.
A cirurgia habitualmente traz alívio significativo para a pessoa, pois reduz a frequência das infecções, melhora a respiração, o sono e, consequentemente, o seu bem-estar.
Cirurgia de retirada das amígdalas e adenoides: recomendações e procedimento cirúrgico
A cirurgia para remoção das amígdalas e das adenoides é um procedimento comum realizado em crianças e adultos para tratar diversas condições.
Esse tipo de cirurgia é indicado comumente pelo otorrinolaringologista com a finalidade de corrigir problemas de saúde significativos como infecções recorrentes, hipertrofia (aumento do tamanho), apneia obstrutiva do sono, e complicações de infecções mais graves.
A cirurgia é comumente realizada sob anestesia geral, o que significa que o paciente estará completamente inconsciente durante o procedimento.
Durante o procedimento, o otorrino remove cuidadosamente as amígdalas e adenoides através da boca, sem a necessidade de incisões externas. O procedimento geralmente dura cerca de 30 a 45 minutos.
Pós-operatório
Logo após a cirurgia, o paciente é levado para a sala de recuperação, onde será monitorado de perto enquanto se recupera da anestesia. É comum sentir dor de garganta e desconforto na área da cirurgia.
O médico otorrino indica medicamentos para aliviar a dor e reduzir o inchaço. À medida que a anestesia desaparece, o paciente será autorizado a beber líquidos e eventualmente comer alimentos macios. Vale reforçar que cada caso tem sua particularidade.
Recuperação em casa
Contudo, após receber alta, o paciente deve seguir as instruções do médico otorrino para garantir uma recuperação tranquila e saudável. Quando o procedimento é realizado pelos profissionais da Clínica Tesser, a maioria das recomendações inclui:
- Descansar em casa por alguns dias, evitando atividades extenuantes.
- Tomar medicamentos prescritos conforme orientação médica para aliviar a dor e prevenir infecções.
- Consumir alimentos macios e líquidos frios ou gelados com a finalidade de reduzir o desconforto na garganta.
- Evitar atividades que possam aumentar o sangramento, como tossir, espirrar ou levantar objetos pesados.
- Manter a garganta úmida e evitar o tabagismo e a exposição ao fumo passivo.
É essencial fazer um acompanhamento médico após a cirurgia para garantir que a recuperação esteja progredindo conforme o esperado.
Do mesmo modo, é importante discutir as opções de tratamento com um médico especialista para determinar se a cirurgia é apropriada e entender os benefícios e riscos associados ao procedimento.
Quais os impactos da retirada das amígdalas e adenoide para o corpo
Conforme citado acima, a retirada das amígdalas e adenoides é um procedimento cirúrgico comumente indicado para tratar uma série de condições respiratórias e de saúde.
Entretanto, há uma preocupação comum na qual as pessoas falam que a retirada afeta diretamente a imunidade do corpo.
Essa informação é um MITO, pois é comprovado por meio de estudos e pesquisas científicas que a cirurgia não compromete significativamente a capacidade do corpo de combater infecções.
Vamos ver agora, quais são os impactos, bem como os benefícios da cirurgia para retirada das amígdalas e adenoides.
Benefícios da cirurgia para retirada das amígdalas e adenoides
A retirada das amígdalas e adenoides proporciona vários benefícios para a saúde, especialmente em casos em que essas estruturas causam problemas significativos.
Entre os principais, estão os seguintes:
a) Redução de infecções recorrentes: para pessoas que sofrem de infecções frequentes das amígdalas e adenoides, a cirurgia ajuda a reduzir a frequência e a gravidade das infecções. Então, percebe-se melhora significativa para a qualidade de vida do paciente.
b) Alívio de sintomas respiratórios: a remoção das amígdalas e adenoides alivia obstruções nas vias respiratórias, pois facilita a respiração e reduz sintomas como ronco e apneia obstrutiva do sono.
c) Tratamento de complicações: em casos de complicações graves, como abscessos periamigdalianos ou infecções do ouvido médio, a cirurgia pode ser necessária para tratar a infecção e prevenir complicações adicionais.
Desmistificando os efeitos na imunidade
Existe uma crença generalizada de que a remoção das amígdalas e adenoides compromete a imunidade do corpo, tornando-o mais suscetível a infecções. No entanto, estudos científicos demonstraram que isso não é necessariamente verdade.
Embora as amígdalas e adenoides tenham função na defesa imunológica, sua remoção não compromete significativamente a capacidade do corpo de combater infecções. Outros órgãos e tecidos do sistema imunológico, como os gânglios linfáticos e o baço, continuam a desempenhar suas funções de forma eficaz.
Impacto no sistema imunológico
Da mesma forma, o sistema imunológico é altamente adaptável e capaz de compensar a falta das amígdalas e adenoides após a cirurgia. O corpo desenvolve novas estratégias de defesa para lidar com patógenos, e a função imunológica geralmente não é comprometida em longo prazo.
Além disso, há evidências científicas que têm mostrado que a remoção das amígdalas e adenoides não está associada a um aumento significativo na incidência de infecções graves.
Embora, para algumas pessoas, a cirurgia pode resultar em uma redução na frequência de infecções, devido à remoção de tecido infectado ou inflamado.
ATENÇÃO!
A cirurgia deve ser indicada apenas pelo médico otorrinolaringologista especialista.
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Conclusão
A retirada das amígdalas e adenoides, embora seja um procedimento cirúrgico comum, é uma decisão que deve ser tomada pelo otorrino com base em uma avaliação cuidadosa das necessidades e condições específicas de cada paciente.
Essas estruturas desempenham papéis importantes no sistema imunológico, especialmente durante a infância, mas em casos de infecções recorrentes, hipertrofia significativa ou apneia obstrutiva do sono, a cirurgia proporciona muitos benefícios, aliviando sintomas e melhorando a qualidade de vida.
A preocupação de que a remoção das amígdalas e adenoides comprometa a imunidade é compreensível, mas há evidências científicas que comprovam o contrário. Da mesma forma, o sistema imunológico é capaz de se adaptar e continuar a proteger o corpo de forma eficaz.
Outros componentes do sistema imunológico compensam a ausência dessas estruturas, garantindo a continuidade da defesa contra vírus e bactérias, por exemplo.
Por fim, a cirurgia pode ser a solução para pessoas que sofrem com infecções recorrentes, apneia do sono, hipertrofia (aumento do tamanho) e complicações de infecções mais graves.
Como em qualquer procedimento médico, é importante acima de tudo, discutir todas as opções com um otorrinolaringologista especializado neste tipo de cirurgia, considerando os benefícios e os riscos envolvidos.
Aqui na Clínica Tesser somos especialistas neste tipo de procedimento. Você pode agendar uma consulta por aqui. Para mais informações sobre a sua saúde, conecte-se sempre com o nosso blog. Tem vários assuntos do seu interesse!