Você já ouviu falar em Fisioterapia ou Reabilitação Vestibular em decorrência de distúrbios do labirinto? Ela é um programa baseado em exercícios fisioterápicos que visam melhorar o equilíbrio do paciente e reduzir diversos problemas relacionados à tontura, em especial, as labirintopatias.
O método elaborado por um médico e um fisioterapeuta têm mostrado bastante eficácia no controle de sintomas associados ao ouvido interno como, por exemplo, vertigem, tontura, desequilíbrio, distúrbios visuais, náuseas e/ou vômitos, redução da concentração e até mesmo fadiga. Fatores que costumam comprometer, e muito, a qualidade de vida de uma pessoa, interferindo em diferentes aspectos, especialmente o social.
Boa parte dos pacientes que sofrem deste mal nem ao menos sabem a origem do problema e, tampouco, que a fisioterapia é um grande aliado no tratamento destes casos. Por isso, estamos dedicando este conteúdo especialmente para este tema: Fisioterapia Vestibular – Distúrbios do labirinto. Continue lendo para saber mais sobre o assunto.
Fisioterapia Vestibular – Distúrbios do labirinto
Para entender a relação entre as labirintopatias e a tontura, é importante começar definindo o que é a tontura em si. Ela se manifesta como uma sensação de instabilidade corporal, dando a impressão de que o corpo está em movimento, mesmo quando está parado.
Isso ocorre principalmente devido à complexa estrutura do ouvido, que envia informações ao cérebro sobre os movimentos e a posição do corpo no espaço. No entanto, em algumas circunstâncias, essa informação pode chegar “atrasada” ou equivocada, provocando, assim, a sensação de tontura.
Outras causas de tontura podem estar relacionadas a distúrbios hormonais, metabólicos e circulatórios, mudança de localização de algumas estruturas internas do labirinto, concussão, estresse excessivo, efeitos colaterais a determinados medicamentos e também infecções ou inflamações do órgão.
Os principais sintomas
Os sintomas das labirintopatias , que podem variar entre leves, moderados e graves, incluem vertigem (sensação de estar girando ou perceber o ambiente ao redor girar), tontura, flutuação, desequilíbrio, náusea ou sensação de mal-estar; sensação de desmaio; movimentos involuntários dos olhos;
ansiedade; sudorese; zumbido no ouvido; perda parcial da audição; cansaço excessivo e sensibilidade alta a sons, luz, cheiros e movimentos.
Como funciona a Reabilitação Vestibular (RV)
Agora vamos falar sobre a fisioterapia ou reabilitação vestibular e como ela auxilia pacientes que apresentam esses sintomas.
A Reabilitação Vestibular (RV) ou Fisioterapia do Labirinto é um tratamento focado no planejamento e na execução de exercícios personalizados para cada paciente, visando melhorar o equilíbrio corporal e, claro, atenuar os sintomas das labirintopatias.
Entre esses exercícios, os mais comuns para tratar a tontura incluem treinamento de movimentos conjuntos da cabeça, pescoço e olhos, melhora do controle da postura corporal, estabilização do olhar (gaze stabilization) para aqueles com dificuldade em enxergar durante o movimento e exercícios gerais de equilíbrio.
O terapeuta pode fazer uso de alguns materiais como bolas, almofadas, cones, escadas, recortes e imagens coloridas, tecidos listrados e outros. A realidade virtual também é uma técnica muito utilizada.
Manobras de Reposicionamento
Pacientes que apresentam um quadro de deslocamento de alguns cristais que fazem parte da estrutura do labirinto podem necessitar de outro tipo de intervenção além dos exercícios. Essa intervenção é conhecida como ‘manobras de reposicionamento.
Por vezes estes acabam entrando em um ou mais dos três canais do labirinto e enviam informações erradas para o cérebro sobre a posição e movimentação da cabeça no espaço, provocando vertigem e mal estar. Sendo assim, o objetivo das manobras é fazer com que estes cristais voltem para o seu devido lugar.
Cada um dos canais possui manobras específicas. A utilização de cada manobra é determinada após alguns testes feitos com o paciente deitado sob a maca. Através de um movimento (nistagmo) que os olhos realizam, o terapeuta é capaz de identificar em qual canal os cristais estão e assim realizar a manobra que os levará para seu lugar da forma correta.
O programa de Fisioterapia Vestibular dura em média entre um e três meses. Geralmente, os pacientes fazem de uma a duas sessões de fisioterapia a cada quinze dias. No entanto, essa frequência pode variar de acordo com o diagnóstico, com a gravidade dos sintomas e com a resposta ao tratamento.
Alguns fatores podem comprometer o sucesso da reabilitação vestibular
Quando uma pessoa participa de um programa de reabilitação vestibular, diversos fatores podem afetar o seu potencial de recuperação.
Pacientes que apresentam um distúrbio vestibular estável como a hipofunção, por exemplo, têm maiores chances de controlarem seus sintomas. No entanto, quando a pessoa sofre de um distúrbio vestibular progressivo como a esclerose múltipla, ou de uma condição flutuante como a enxaqueca ou a doença de Ménière, a compensação pode ser mais difícil de ser alcançada. Tudo depende, no fim das contas, da gravidade e da localização do problema (se ele está nas partes vestibulares, no cérebro, etc.).
Outros fatores que podem comprometer a evolução da fisioterapia para as labirintopatias são: ter um estilo de vida sedentário; sofrer de outras condições médicas que possam interferir/limitar o tratamento; determinados medicamentos; estressores emocionais (sofrimento relacionado ao trabalho ou qualquer outra circunstância, ansiedade, insônia, períodos de inatividade, mudanças na medicação, cirurgia, má alimentação, etc.).
Partindo de uma avaliação especializada, que pode ser feita pelo médico otorrinolaringologista ou pelo próprio fisioterapeuta e tendo um diagnóstico correto, a fisioterapia vestibular é uma grande aliada no tratamento de pessoas com comprometimentos labirínticos.
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