Surdez ou hipoacusia é o termo genérico para designar a diminuição da acuidade auditiva. Vários fatores patológicos, genéticos ou epigenéticos podem provocar uma surdez (hipoacusia).
Surdez é a perda parcial ou total da audição, que dificulta a compreensão e a comunicação. Pode ser congênita, quando a pessoa já nasce com a deficiência, ou adquirida ao longo da vida devido a uma predisposição genética, traumatismo ou doença que afete o ouvido.
Nesse conteúdo, vamos esclarecer as singularidades desse problema que afeta milhões de brasileiros.
Surdez parcial e total, diagnóstico
A surdez, também chamada de deficiência auditiva, pode ocorrer em apenas um dos ouvidos ou nos dois, causando diminuição da capacidade de percepção dos sons, de forma parcial, em que ainda pode existir algum grau de audição, ou também ocorrer de forma total, com perda completa da capacidade auditiva.
O otorrinolaringologista realiza o diagnóstico da surdez através de exames, como a audiometria, que identifica o tipo e o grau de perda auditiva. Com base nesses resultados, o médico pode, se necessário, indicar o tratamento mais apropriado, que pode incluir limpeza do ouvido, administração de medicamentos, cirurgia ou uso de aparelho auditivo.
Principais sintomas
Os principais sintomas da surdez incluem dificuldade ou incapacidade de ouvir sons claramente. Alguns sinais podem identificar essa condição, como:
- Pedir às pessoas para repetir o que falam ou falar mais alto;
- Ouvir televisão ou música com volume mais alto do que outras pessoas;
- Dificuldade em acompanhar uma conversa;
- Isolar-se ou evitar conversas;
- Ter que se concentrar mais ao conversar com as pessoas;
- Fazer leitura labial para entender o que foi falado;
- Dificuldade de ouvir ao conversar no telefone;
- Dificuldade de se comunicar em locais com muito barulho;
- Não reagir a sons normalmente irritantes ou ainda zumbido no ouvido.
Além disso, é comum a pessoa apresentar intolerância aos sons intensos, mudanças de humor ou irritabilidade por não conseguir perceber os sons ou não entender o que as pessoas dizem.
Em crianças, a surdez pode causar também irritabilidade, indiferença em relação a outras crianças ou os pais, e ainda atrasar o desenvolvimento escolar.
Os graus de surdez
A classificação da surdez ou acuidade auditiva em diferentes graus depende da intensidade dos sintomas e da capacidade auditiva. Esses graus incluem:
- Leve: quando a perda auditiva é de até 40 decibéis, que impede a audição de um som fraco ou distante. Nesse caso, a pessoa pode ter dificuldade para compreender uma conversa e pedir que a frase seja repetida frequentemente, parecendo estar sempre distraída, mas não costuma causar alterações graves na linguagem.
- Moderada: é a perda auditiva entre 40 e 70 decibéis, em que só são compreendidos sons de alta intensidade, causando dificuldades na comunicação, como atraso da linguagem, e necessidade de habilidades de leitura labial para uma melhor compreensão.
- Severa: causa perda auditiva entre 70 e 90 decibéis, que permite a compreensão de alguns ruídos e vozes intensas, tornando a percepção visual e a leitura labial, importantes para a compreensão.
- Profunda: é a forma mais grave, e acontece quando a perda auditiva ultrapassa 90 decibéis, impedindo a comunicação e a compreensão da fala.
- Esta perda da audição pode ser medida através de um aparelho chamado audiômetro, que mede os níveis de audição em decibéis.
Diagnóstico e causas
O otorrinolaringologista diagnostica a surdez analisando os sintomas e realizando um exame clínico do ouvido. Este processo ajuda a determinar se a surdez é bilateral ou unilateral, ou seja, se afeta apenas um ou ambos os ouvidos, e a identificar a possível causa da perda auditiva.
Causas comuns de perda auditiva incluem condições adquiridas ao longo da vida, que podem surgir de forma súbita ou gradual. Uma grande quantidade de cera no ouvido externo pode causar perda auditiva. Igualmente, a presença de líquidos ou secreções no ouvido médio também contribui para essa condição. Objetos estranhos, como grãos de arroz, frequentemente encontrados nos ouvidos das crianças, podem levar à perda auditiva. Outra causa é a otosclerose, uma doença em que o estribo, um osso do ouvido, deixa de vibrar, impedindo a transmissão do som
A otite aguda ou crônica, afetando a parte externa ou média do ouvido, também pode provocar perda auditiva. Certos medicamentos, incluindo quimioterápicos, diuréticos da alça e aminoglicosídeos, são conhecidos por causar essa condição. Além disso, a exposição a ruídos excessivos, superiores a 85 decibéis por longos períodos, como os produzidos por máquinas industriais, música alta, armas ou foguetes, pode causar lesões na cóclea. Traumatismos cranioencefálicos ou acidentes vasculares cerebrais (AVC) também estão entre as causas de perda auditiva.
Doenças, como esclerose múltipla, lúpus, meningite, doença de Ménière, pressão alta ou diabetes, síndromes, como Alport ou Usher, tumor no ouvido ou tumores cerebrais que afetam a parte auditiva, também são responsáveis pela surdez.
A surdez congênita ocorre quando é transmitida durante a gravidez. As causas incluem o consumo de álcool e drogas pela mãe, má nutrição materna, doenças como diabetes e infecções que surgem durante a gestação, incluindo sarampo, rubéola e toxoplasmose.
Principais tipos de surdez
A surdez pode ser classificada em diferentes tipos de acordo com sua causa. Dentre os principais estão a surdez de condução ou transmissão, que acontece quando algo bloqueia a passagem de som para o ouvido interno, pois afeta o ouvido externo ou médio por causas, geralmente, tratáveis e curáveis, como perfuração do tímpano, acúmulo de cera, infecções do ouvido ou tumores, por exemplo.
A surdez neurossensorial, também conhecida como surdez de percepção, representa a causa mais comum de perda auditiva. Ela ocorre devido ao comprometimento do ouvido interno, onde o som não é processado ou transmitido ao cérebro. As razões para este tipo de surdez incluem a degeneração das células auditivas devido à idade, exposição prolongada a sons muito altos, doenças circulatórias e metabólicas como pressão alta ou diabetes, além de tumores ou doenças genéticas
Existe, ainda, a surdez mista, que acontece pela junção dos dois tipos de surdez, pelo comprometimento tanto do ouvido médio quanto interno.
Para iniciar o tratamento mais adequado, é essencial que o otorrinolaringologista identifique o tipo de surdez.
O aspecto mais crucial destacado acima é a importância de buscar ajuda especializada para diagnóstico e tratamento o mais cedo possível. Em casos simples, isso pode resolver o problema sem complicações. Nos casos mais graves, isso garante ao paciente uma melhor qualidade de vida. Para todos os tipos de casos, o paciente deve procurar um médico otorrinolaringologista. Ele é o profissional especialista que você deve procurar em casos de zumbidos, dificuldade auditiva ou surdez, sangramentos ou secreções nos ouvidos, tontura e outros sintomas relacionados ao aparelho auditivo.
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