Você sabia que a tontura é a segunda causa de avaliação médica, perdendo apenas para a dor de cabeça, tornando-se também um grande desafio para os profissionais da saúde. Não é raro que pacientes com esta queixa permaneçam muito tempo sofrendo antes de encontrar o correto tratamento.
É o médico otorrinolaringologista, quem estuda a Otoneurologia. Ele é o especialista ideal para investigar as causas de suas tonturas ou vertigens, diagnosticar o problema e indicar o tratamento adequado.
Muitas vezes, as pessoas rotulam erroneamente a tontura como labirintite. No entanto, é importante ressaltar que a labirintite é uma doença rara, e os pacientes que experimentam tonturas devem passar por uma investigação detalhada.
Pouco divulgada, a otoneurologia é a área da otorrinolaringologia que se dedica às tonturas e transtornos do equilíbrio corporal e da audição, e também suas relações com o sistema nervoso central e periférico. Por isso, precisamos falar mais e melhor sobre esse assunto. Este conteúdo especialmente foi criador com esse objetivo.
Tontura nem sempre é labirintite
Tontura é um termo usado para descrever uma gama de sensações, como desequilíbrio, sensação de flutuação ou zonzura. A vertigem é a sensação falsa de que você ou o ambiente estão girando ou se movendo.
A tontura é uma das razões mais comuns para as visitas de adultos e idosos aos médicos. Perdas de equilíbrio constante ou vertigem podem afetar significativamente na qualidade de vida. Geralmente, uma alteração do labirinto, que está localizado na orelha interna, representa a causa da tontura, embora seja necessário descartar causas neurológicas de tontura, especialmente em idosos.
Essas alterações de labirinto são conhecidas popularmente por labirintite, mas a verdadeira labirintite trata-se de uma infecção do labirinto, o que é raro. Na maior parte dos casos, trata-se de uma disfunção labiríntica ou labirintopatia.
Os problemas do labirinto têm tendência a ser recorrentes e, por isso, é de extrema importância investigar suas causas para estabelecer o tratamento correto.
Sintomas e causas das tonturas
Nos sintomas das alterações de funcionamento do labirinto, as pessoas com tonturas podem descrevê-la como várias sensações, tais como:
Essas sensações podem ser desencadeadas ou agravadas ao caminhar, ficar de pé ou mover a cabeça bruscamente. A tontura pode vir acompanhada de náuseas ou vômitos, bem como de zumbido ou até mesmo de um abafamento auditivo.
Ela tem muitas causas possíveis, na maior parte das vezes são decorrentes de distúrbios na orelha interna (labirinto). Uma condição de saúde subjacente, como problemas circulatórios, uso de algumas medicações, alterações de coluna cervical e até problemas neurológicos, também pode causar essas tonturas.
A forma como a tontura faz com que você se sinta, sua duração, os sintomas associados e seus gatilhos fornecem as pistas para as possíveis causas.
As principais alterações do ouvido interno que causam tonturas ou vertigem, são:
- Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB): Esta condição causa uma sensação de vertigem intensa e breve (segundos). A VPPB é a causa mais comum de vertigens e ocorre devido à movimentação dos otólitos, que são como “cristais” situados no labirinto e responsáveis pelo nosso equilíbrio. Esses episódios são desencadeados por movimentos rápidos da cabeça, como quando você vira na cama ou ao se levantar.
- Neuronite vestibular: Geralmente é uma vertigem súbita e intensa que perdura horas até dias, com náuseas e vômitos e que pode impedir que a pessoa consiga ficar em pé. Não altera a audição e às vezes necessita internação hospitalar para tratamento dos sintomas mais intensos. Normalmente, ocorre por uma alteração do funcionamento do nervo vestibular, causada por alterações vasculares ou de origem viral.
- Labirintite: Os sintomas são muito parecidos com o da neuronite vestibular, porém causa perda auditiva associada. Costuma ser mais rara que as anteriores e pode ter causa viral ou bacteriana.
- Doença de Ménière: Esta doença envolve o excesso de acumulação de fluídos que circulam no interior do ouvido interno. Ela é caracterizada por episódios súbitos de vertigem que podem durar até várias horas e perda de audição flutuante (audição melhora após passada a crise de vertigem), zumbido no ouvido e abafamento da audição.
- Enxaqueca: Pessoas que têm enxaquecas podem ter episódios de vertigens ou outros tipos de tonturas mesmo quando não estão sentindo dor de cabeça severa. Tais episódios de vertigem podem durar minutos e até horas e, podem estar associados a dores de cabeça, e sensibilidade à luz e ruídos.
Portanto, é de extrema importância que se procure o médico para esclarecer o diagnóstico e estabelecer o tratamento correto para cada tipo de tontura.
Tratamento e reabilitação
O tratamento para as tonturas abrange desde medicações para o controle do equilíbrio na fase aguda e crônica, como mudanças na alimentação e hábitos de vida, como adotar a prática de atividade física. Associada a isso, a reabilitação labiríntica (através de exercícios e manobras específicas para a recuperação do labirinto, realizadas por fonoaudiólogo ou fisioterapeuta) é de extrema importância no tratamento de diversos tipos de tontura.
Conclusão – Tontura:
Nem tudo que parece é. Cada organismo tem suas particularidades. Cada paciente é único. Por isso, é indispensável o acompanhamento com o otorrinolaringologista, em um ambiente multidisciplinar, para a condução adequada e resolução efetiva de cada caso.
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