Verão e o aumento das infecções otológicas
Banhos de piscina, mar, rio, uso constante de ar-condicionado, vale tudo para se refrescar nas altas temperaturas do verão. Você sabe como tudo isso pode afetar a saúde dos seus ouvidos? Engana-se quem pensa que é no inverno que as infecções de ouvido são mais recorrentes. É no verão que elas aparecem com maior incidência.
Há muitos fatores que favorecem o surgimento e o aumento dessas infecções durante os dias mais quentes. Porém, é possível prevenir e manter a saúde auditiva em meio a tudo isso.
Acompanhe abaixo, como ocorrem as infecções, dicas de prevenção, sinais e sintomas. Conhecer como tudo isso acontece, é o primeiro passo para se proteger.
O que são as infecções de ouvido?
As infecções otológicas podem se manifestar em diferentes partes do sistema auditivo. Elas são conhecidas como otite externa, otite interna e otite média. São causadas geralmente por vírus, bactérias e fungos e provocam dor intensa no ouvido, secreção, prurido.
Existem também as infecções que podem surgir em decorrência de complicações de resfriados, gripes e até crises alérgicas mais intensas.
Para você entender melhor, explicamos onde e como ocorre a otite.
Otite Externa
A otite externa é uma infecção que afeta o canal auditivo externo, a parte do ouvido que vai da orelha externa até o tímpano. Geralmente é causada por bactérias ou fungos e está frequentemente associada à exposição prolongada à água. Um exemplo comum é a “otite do nadador”. Os sintomas incluem coceira, dor, vermelhidão e, em alguns casos, secreção.
Otite Média
A otite média ocorre na parte média do ouvido, que inclui o tímpano e a cavidade atrás dele. Pode ser subdividida em otite média aguda e otite média crônica. A otite média aguda é muitas vezes uma infecção bacteriana ou viral, frequentemente precedida por um resfriado. Pode causar dor intensa, sensação de ouvido cheio e, em alguns casos, febre. A otite média crônica, por outro lado, é uma condição persistente que pode resultar de infecções repetidas ou problemas estruturais no ouvido.
Otite Interna
A otite interna é uma inflamação no ouvido interno, que abriga estruturas responsáveis pelo equilíbrio e audição. Embora menos comum que as otites externa e média, pode ser grave e afetar o equilíbrio e causar vertigens e tonturas. A labirintite é um exemplo de otite interna.
Esses são os principais tipos de infecções do ouvido, agora vamos ver sobre as causas e quais são os fatores de risco associados ao verão.
Causas e fatores de risco associados com o verão
No verão os banhos de piscina, mar e rios são muito mais frequentes, as pessoas tendem a ficar por muito mais tempo na água para se refrescar.
É uma estação caracterizada por um clima quente e úmido e isso propicia um ambiente mais propenso ao desenvolvimento de condições que podem desencadear infecções no ouvido.
São vários os motivos que propiciam essas infecções. A otite de nadador, por exemplo, como o próprio nome diz, é a mais comum em virtude do tempo prolongado na água e também, em decorrência dos mergulhos.
Essa infecção pode atingir tanto adultos como crianças e tem como principal causa, o acúmulo de água dentro do ouvido. Os principais sintomas incluem:
- dor intensa que irradia para as têmporas e mandíbula;
- sensibilidade na orelha;
- coceira, perda auditiva; e
- acúmulo de secreções.
O canal auditivo externo é revestido por pele fina e delicada, onde estão as glândulas produtoras de cerume, que protegem e lubrificam o ouvido.
Quando ocorre a otite média externa ou otite de nadador, essa região inflama em decorrência de bactérias e fungos. Mas não é apenas os nadadores ou quem fica por muito tempo na água, ela também pode surgir de banhos de chuveiro demorados.
Em alguns casos, pode ocorrer uma secreção clara ou amarelada. A dor pode ser acentuada durante a mastigação. Fique atento e se aparecerem estes sintomas, procure ajuda de um otorrinolaringologista.
Veja agora, outras causas associadas ao aparecimento de infecções no ouvido.
Umidade e calor
O clima quente e úmido do verão proporciona um ambiente propício para o crescimento de microrganismos. A umidade no canal auditivo externo pode facilitar a proliferação de bactérias e fungos, aumentando o risco de infecções.
Alergias
Para algumas pessoas durante o verão, os quadros alérgicos se intensificam e isso também pode causar inflamação nos ouvidos. A resposta alérgica pode tornar o ouvido mais suscetível às infecções.
Viagens e mudanças climáticas
As férias de verão muitas vezes envolvem viagens para diferentes lugares e climas. Mudanças abruptas de temperatura e umidade podem impactar o sistema imunológico local do ouvido, tornando-o mais vulnerável às infecções.
Acúmulo de cerume
Conhecido popularmente como a cera do ouvido, o cerume tem sua produção estimulada pela umidade e isso pode dificultar a drenagem natural do cerume criando um ambiente propício para as bactérias.
Uso de objetos estranhos
A introdução de objetos estranhos nos ouvidos, como cotonetes, durante a limpeza pode causar lesões na pele delicada do canal auditivo externo, aumentando o risco de infecções.
Uso compartilhado de equipamentos
Durante o verão, as pessoas tendem a se envolver em atividades recreativas em grupo. O contato próximo, como compartilhar equipamentos de mergulho ou fones de ouvido, pode facilitar a propagação de germes.
Dicas de prevenção no verão
Para evitar o surgimento de infecções de ouvido durante o verão, é fundamental adotar cuidados específicos, especialmente após as atividades aquáticas.
A prevenção começa em secar bem os ouvidos após nadar ou tomar banho. Use uma toalha macia, incline a cabeça de lado e permita que água saia naturalmente.
Higienize os ouvidos somente o necessário, limpar compulsivamente para retirar o cerume pode ser prejudicial. A cera é produzida por meio de glândulas e tem como principal função proteger os ouvidos de danos causados pela água, traumas, poeira, etc.
Não use cotonete e objetos estranhos para limpar os ouvidos, devido ao movimento o cerume é empurrado para dentro e também cria um ambiente favorável para fungos e bactérias.
Se for mergulhar ou nadar em piscinas, rios ou no mar, use protetores auriculares para evitar a entrada da água no canal auditivo externo. Evite compartilhar equipamentos de mergulho, eles são de uso pessoal, quando usados coletivamente podem acumular fungos e bactérias. Isso vale também para fones de ouvido.
Para crianças, o uso de tampões é contraindicado. Se a criança reclamar de água no ouvido, vire a cabeça totalmente para baixo e se não melhorar, busque ajuda do otorrino.
Mantenha os ouvidos livres de obstruções, como areia ou outros detritos, especialmente após passar o dia na praia.
Se você tiver alergias, trate-as adequadamente, para minimizar a inflamação nos ouvidos e, se sentir qualquer desconforto, dor ou notar alterações na audição consulte o otorrinolaringologista para avaliação e tratamento adequados.
Identificação e tratamento inicial de infecções no ouvido
As infecções otológicas podem se manifestar de várias maneiras, sendo extremamente importante reconhecer os sinais e sintomas e buscar ajuda de um otorrino para diagnóstico e tratamento adequados.
Como qualquer doença, a identificação precoce aumenta as chances de cura e diminui dores e desconfortos. Quando se trata de infecções otológicas, tanto em adultos como em crianças, as dores são insuportáveis e, além disso, podem prejudicar a audição.
Para você identificar precocemente qualquer alteração no seu ouvido, preste atenção nos sinais e sintomas, eles podem indicar uma infecção leve, moderada ou grave. Entretanto, somente o otorrino saberá diagnosticar adequadamente.
Por isso, se perceber qualquer um dos sintomas abaixo, busque ajuda médica.
- Dor no ouvido: um dos sinais mais evidentes de uma infecção.
- Perda de audição temporária.
- Presença de secreção: pus claro, amarelo ou purulento.
- Coceira ou irritação.
- Inchaço ou vermelhidão.
- Febre.
Para identificar a infecção no ouvido de bebês e crianças preste atenção nos comportamentos: eles tendem a ficar mais irritados ou ter dificuldades para dormir.
A identificação precoce e a intervenção adequada são essenciais para o bom resultado do tratamento. Em relação às infecções otológicas, é imprescindível a consulta com o otorrinolaringologista para evitar complicações e até mesmo a perda da audição, principalmente em bebês e crianças.
Grupos de riscos: idosos e crianças
As crianças e os idosos precisam de atenção especial e apoio. Durante o verão, redobre os cuidados e auxilie nas práticas preventivas e jamais deixe uma criança nadar sem supervisão, além de ser perigoso para a saúde não é seguro.
Mantendo a saúde auditiva no verão
Como podemos ver, a exposição prolongada à água pode levar à entrada de bactérias e fungos no ouvido, favorecendo o desenvolvimento de infecções, especialmente a otite externa, muito mais comum no verão.
Secar bem o ouvido com uma toalha, não usar cotonete, evitar o compartilhamento de equipamentos de mergulho são algumas das práticas para prevenir o surgimento de infecções otológicas.
Também é necessário ficar alerta aos sinais precoces de uma possível infecção. Buscar ajuda de um otorrino é o caminho mais adequado para evitar complicações e sofrimentos futuros.
Faça consultas regulares com otorrinolaringologistas e cuide bem da sua saúde auditiva.
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Fontes: Biblioteca Virtual em Saúde | UFSC – Serviço de Enfermagem do NDI – Núcleo de Desenvolvimento Infantil | MD. Saúde
